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Florença e o berço do sistema financeiro moderno

10 de março, 2025 Por: Martin Iglesias, CFP® - Especialista Líder em Recomendação do Itaú

Como surgiu o sistema financeiro? Quais são os pilares que o sustentam até hoje? É sobre isso que Martin Iglesias fala no seu mais novo artigo para o íon.

 

O carnaval em Florença não tem a grandiosidade do Rio de Janeiro, nem o frenesi de Veneza. Mas, para um professor de finanças, caminhar por suas ruas estreitas, cercadas por palácios renascentistas e antigas casas de câmbio, é uma experiência tão fascinante quanto qualquer desfile de escola de samba. Entre um espresso e uma contemplação na Ponte Vecchio, pensei: e se o sistema financeiro nunca tivesse existido?

Afinal, imagine um mundo onde os bancos nunca surgiram. Sem contas, sem crédito, sem investimentos. Apenas moedas e escambo. Foi exatamente esse pensamento que me ocorreu ao olhar para a imponente sede dos Medici, a família que não apenas financiou Michelangelo e Leonardo da Vinci, mas também ajudou a estruturar as bases do sistema bancário moderno.

No século XV, Florença era mais do que uma cidade de arte e cultura – era um dos centros financeiros mais sofisticados do mundo. Os Medici não inventaram os bancos, mas aperfeiçoaram a prática, transformando a simples custódia de dinheiro em um sistema de crédito capaz de financiar reis e papas. Criaram uma rede de filiais espalhadas por toda a Europa, implementaram a contabilidade de partidas dobradas e desenvolveram os primeiros instrumentos de crédito transnacionais.

Sem Florença, talvez o mundo financeiro fosse um amontoado de transações desorganizadas. Sem os banqueiros florentinos, a Revolução Comercial teria sido mais lenta, os grandes impérios teriam demorado mais a se formar, e a modernidade talvez tivesse chegado algumas décadas depois.

E pensar que tudo começou com mercadores que queriam evitar carregar sacos de ouro e prata de uma cidade para outra. Foi a necessidade de eficiência e segurança que levou à criação das letras de câmbio, dos contratos de dívida e, posteriormente, dos bancos centrais. A mesma lógica que, séculos depois, culminaria em blockchain, Criptomoedas e até no DREX, a moeda digital brasileira.

Ao passear pela Piazza della Signoria, percebi que Florença não era apenas o berço do Renascimento artístico, mas também de um Renascimento econômico que moldou o mundo como o conhecemos. Se os bancos são vistos hoje com desconfiança, é bom lembrar que, sem eles, a economia seria um labirinto de dificuldades. Comprar uma casa sem crédito imobiliário, empreender sem financiamento ou poupar sem um banco seriam desafios quase impossíveis.

Os florentinos, com sua engenhosidade, ensinaram ao mundo que dinheiro não é apenas moeda, mas um sistema de confiança. Confiança que move investimentos, que impulsiona inovação, que financia o progresso.

Enquanto tomava um último gole de vinho tinto em uma trattoria próxima ao Duomo, pensei: Florença não apenas moldou a história do dinheiro, mas continua sendo uma lembrança viva de que a evolução financeira anda lado a lado com o próprio avanço da civilização.

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