Na coluna Investindo no Futuro de hoje, Vinicius Panizza traz a importância da conversa de planejamento financeiro desde sempre.
Quando converso com as pessoas, sinto uma coisa em comum quando o assunto é planejamento financeiro. Os diferentes níveis de conhecimento sobre o tema.
Por trabalhar em um grande banco, todos acham que somos as melhores cabeças quando o assunto é planejamento financeiro. Por um lado, faz até sentido, mas vale lembrar que trabalhar em um banco não qualifica todos dessa forma, afinal, dentro de um banco temos um ambiente diverso e com várias áreas, como marketing, jurídico, recursos humanos entre outras, que não lidam com o tema planejamento financeiro.
Se temos essa diferença de conhecimento dentro de uma instituição financeira, imagine como é fora dela? Faça uma analogia com a sua família. Quantas pessoas de sua convivência mais intima conseguem se planejar financeiramente bem? Muitos até disfarçam ou escondem uma real situação, e, às vezes, existem problemas ocultos e que muitas vezes são deixados para o segundo plano, seja por vergonha e pelo medo de se expor.
Eu costumo dizer que não precisamos buscar os gurus da internet para tomarmos decisões financeiras corretas. Meu avô nunca estudou educação financeira, mas sabia que precisa investir para ter uma vida tranquila. Claro, cada investimento à sua época, pois no período em que ele investia, o tijolo por exemplo era o porto seguro. Ter imóveis era status de uma renda tranquila e continua. E nesse cenário eu faço sempre uma brincadeira.
Quem vive em uma casa onde as finanças estão em ordem, onde existem prioridades e gastos conscientes, por exemplo, tem mais chance de ter melhor controle financeiro. Já quem vive numa casa onde a falta de planejamento e as dívidas se acumulam, pode se tornar um endividado, pois aquilo passa a ser algo normal no cotidiano.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de famílias com contas a vencer cresceu de 78,2% em maio para 78,4% em junho, o quinto mês consecutivo de altas, apontou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC).
Resumindo a história, 80% das famílias brasileiras estão endividadas, e esse número só aumenta a cada pesquisa.
Ayrton Senna, meu maior ídolo disse certa vez uma frase.
“As crianças são o futuro, se a gente quiser modificar alguma coisa, é pelas crianças que se deve começar, através de sua educação”
Se queremos ser um país no qual as pessoas tenham uma vida financeira melhor, precisamos educá-las desde o berço. Se trabalhássemos a educação financeira desde cedo, poderíamos estimular hábitos simples, como uma poupança e consumo consciente, pois assim já mostramos desde cedo a importância de uma vida financeira saudável, e ainda, prepará-lo a evitar problemas financeiros comuns na vida adulta.
A educação financeira promove também outras habilidades, como maior compreensão de matemáticas, melhor capacidade de planejamento e uma relação melhor do que o endividamento pode trazer de dificuldades ao longo da vida. Se tem filhos pequenos, os estimule com algumas ferramentas simples:
-
Mesada: Ter uma mesada é uma forma simples de fazer por exemplo a gestão do salário no futuro, pois a mesada estimula o planejamento financeiro e determina de forma prática o que precisa ser consumido, fazendo com que a criança faça escolhas para aquele dinheiro. Outra forma é o incentivo a poupar, pois a depender do objetivo definido, um maior esforço precisará ser feito, preparando a criança a resistir a futuras tentações de consumo.
-
Objetivos Financeiros: Ter um objetivo é o mesmo que ter paciência. Um objetivo geralmente é algo mais difícil de se conquistar, afinal denota um esforço maior. E se esse objetivo tiver relação com algo de maior valor ao que normalmente recebido, esse esforço de poupança é estimulado, gerando maior engajamento. Esse comportamento de engajamento por exemplo pode ter relação a se planejar para a aposentadoria por exemplo, pois também é algo distante e que precisa de paciência e tampo até conquistá-la.
-
Jogos e Aplicativos: Ter sempre jogos que simulem a vida financeira ajuda a criança a compreender de forma divertida como lidar com situações cotidianos, seja a falta ou a sobra de recursos. Essa prática traz grandes ensinamentos, afinal, ninguém quer se sair mal em um jogo, e esse cuidado com a saúde financeira é bem estimulado. Também existem aquelas crianças que não largam o celular, e para elas existem aplicativos de educação financeira que incentivam a construção de um orçamento, poupança e até lições mais básicas sobre investimentos.
Que legado você quer deixar para as futuras gerações de sua família? Que tal então praticar hábitos saudáveis desde cedo com os pequenos, e assim ter a chance de mudar a realidade financeira das gerações futuras?
Então, desde o berço incentive hábitos financeiros saudáveis. Seus filhos quando se tornarem adultos, certamente vão olhar para você e agradecer por torná-las pessoas financeiramente melhores. Se gostou dessas dicas, que tal colocá-las em práticas? Então vai lá e planeje-se, pois é hoje que todas as ações acontecem.
Forte abraço e até o próximo artigo!
Conteúdo informativo obtido de fontes consideradas confiáveis, com base em conhecimento prévio, opiniões, dados e probabilidades e, portanto, sem caráter de recomendação de investimento. Na criação deste conteúdo, não são consideradas as características ou necessidades dos investidores ou grupos específicos. O íon não se responsabiliza por perdas, danos, custos, lucros cessantes ou opiniões expressas pelos editores dos conteúdos deste aplicativo e demais canais de comunicação, tampouco garante uma cobertura completa dos mercados e de todos os fatos ocorridos. O mercado de renda variável é considerado de alto risco, porque pode sofrer grandes oscilações causadas por alterações políticas e econômicas, entre outras. O mercado de Renda Fixa não é isento de riscos, que são representados, principalmente, pelos riscos de crédito do emissor, iliquidez e alterações político-econômicas, no Brasil ou exterior, dentre outros. Essa é uma comunicação geral sobre investimentos. Antes de contratar qualquer produto, confira sempre se é adequado ao seu perfil.


