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5 lições de ouro para ensinar educação financeira para as crianças

11 de outubro, 2024 Por: Vinicius Panizza, CFP® - Planejador Financeiro e Colunista íon

5 lições de ouro para ensinar educação financeira para as crianças

Em clima de Dia das Crianças, Vinicius Panizza, planejador financeiro, dá 5 dicas simples e eficientes para ensinar a educação financeira para os pequenos e pequenas desde cedo.

 

Olá.

Para a minha geração, que viveu a infância na década de 80, educação financeira era um assunto que ninguém falava: afinal – como já escrevi para essa coluna -, com tanta troca de moeda, inflação elevada e a poupança como principal aplicação, parece que o lema era só tentar sobreviver dia após dia.

Desde então, o conceito de educação financeira tem se expandido para todas as idades e, mesmo assim, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), os brasileiros ficaram tanto mais endividados quanto mais inadimplentes na passagem de fevereiro para março de 2024. A proporção de famílias com contas a vencer passou de 78,5% em abril para 78,8% em maio, o terceiro mês de crescimento. Esse dado mostra que temos uma geração economicamente ativa endividada, dado que a mesma pesquisa mostra que a procura por operações de crédito também tem aumentado de acordo com o Banco Central.

Mas e as novas gerações, e as crianças, como entram nessa conta? Queremos formar uma nova classe de adultos endividados? Se você que está lendo tem crianças em casa, deixo 5 dicas para você abordar o assunto do dinheiro com elas e, assim, mostrar o seu real valor desde cedo.

1 – Crie a disciplina de poupar

Quem aqui nunca teve um cofrinho para juntar moedas na infância? Talvez hoje em dia falar em juntar moedas não seja algo tão trivial num mundo bem digitalizado. Cada um define a forma, sendo que o que vale mesmo é incentivar o hábito de poupar para ter algo mais tangível lá na frente. Então, defina um objeto for transparente, pois isso ajuda os pequenos a verem o dinheiro sendo acumulado e o objetivo se aproximando.

2 – Explique de onde vem o dinheiro

Dinheiro não dá em árvore. Não se planta um pé de dinheiro. Dinheiro não é um bem infinito, pois é difícil de conquistar. As crianças podem achar que um cartão de débito ou crédito tem poderes mágicos, como se fosse uma varinha mágica. Um ponto importante a ser debatido com elas é que todo o dinheiro vem por meio do trabalho e só assim que é possível comprar ou consumir algo e pagar as contas e despesas do lar.

3 – Mostre como devemos usar o dinheiro

Pegando o exemplo anterior, vale sempre explicar para elas que as coisas custam dinheiro. Elas precisam entender que tudo tem um valor e esse, sem dúvida, é o primeiro passo da educação financeira. Uma dica é mostrar quanto custa cada coisa de forma simples. Por exemplo: se for ao supermercado, mostre uma nota de R$ 50 para as crianças e ensine que com esse valor é possível comprar algumas coisas, e não tudo. Esse passo é importante para despertar a gestão financeira e quais são as prioridades a serem supridas com essa nota de R$ 50,00. Certamente comprarão bala, chiclete e chocolate, e está tudo bem: o que vale é despertar esse sentimento de importância e limite financeiro.

4 – Ensine que escolhas e renúncias devem ser feitas

As crianças também devem ter em mente que cada coisa tem seu valor e, às vezes, o valor que temos pode ser insuficiente para adquirir. Por exemplo: se a criança quer R$ 10,00 de balas, mas só tem R$ 5,00, ela precisa entender que esses R$ 5,00 são o seu limite, ou seja, uma certa quantia permite a compra de uma determinada quantidade. E se ela desejar um bem de maior valor? Nesse caso, ela precisará juntar uma certa quantia, e é nesse momento que voltamos ao conceito de tempo x recursos aplicados a uma simples “poupança”. Assim, aos poucos, as crianças passam a fazer suas próprias escolhas.

5 – Faça com que eles sejam protagonistas financeiros desde cedo

Nossa função como pais é tentar ajudar as crianças a estabelecerem uma relação saudável com o dinheiro pois, assim, os aprendizados conquistados na infância podem mudar a vida deles ao longo dos anos. Entender a importância do dinheiro e como ele pode ajudar a transformar sonhos em realidade faz com que as crianças aprendam a valorizar suas conquistas. Por isso, a cada conquista, comemore com eles, dando aquele gostinho de que o esforço vale a pena, e que uma nova celebração seja possível.

***

Cada ajuda, cada conselho, é uma semente que é plantada e, assim, ao chegar na vida adulta e ao mercado de trabalho certamente as crianças de hoje estarão mais preparadas para encarar os desafios de ter uma vida financeira mais tranquila. Quem sabe daqui a 10 ou 20 anos o número que citei sobre endividamento no início do texto seja reduzido graças a ajuda de cada um de nós?

Desde cedo fiz tudo isso com a minha filha Giovanna, esperando que ela crescesse sabendo quais são as melhores decisões financeiras a serem tomadas. Ela acabou de completar 17 anos no início do mês e acho que ela compreendeu em muito essas lições que descrevi.

E para não passar em branco, um feliz Dia das Crianças!

Planeje-se, pois o melhor dia para começar é hoje!

Forte abraço e até o próximo artigo!

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