Nesta edição de sua coluna, Renato Eid faz uma recapitulação de como os mercados têm performado este ano – e traz reflexões importantes para quem investe.
Olá.
Na coluna de hoje, quero falar com você sobre o desempenho de diferentes mercados em 2025 até aqui – e o que esperar daqui pra frente.
O primeiro semestre desse ano foi marcado por fortes movimentos entre as diversas classes de ativos, refletindo um ambiente global desafiador e fatores específicos do cenário doméstico. A tabela disponível abaixo, que traz o desempenho consolidado dos últimos 5 anos para diferentes produtos e índices, evidencia a expressiva volatilidade entre os ativos — e reforça a importância da diversificação e de uma alocação estratégica bem calibrada.

O que os mercados nos mostraram até aqui?
Em um ano em que vimos a maior taxa de juros desde 2006, a Renda Fixa tem reafirmado seu papel como porto seguro em momentos de maior incerteza.
Mas o que surpreendeu mesmo foi o desempenho da Renda Variável local, que lidera o ranking de performance no ano. Já comentamos sobre isso neste artigo, e o fato é que o entusiasmo com a classe persiste. No acumulado de 2025, os destaques ficam com FIND11 e SMAC11, impulsionados pela retomada de setores ligados ao crescimento econômico.
Já no mercado internacional, além da forte recuperação do Bitcoin, a boa retomada do S&P 500 mostra que a força da economia americana continua viva — mesmo após os questionamentos recentes sobre sua sustentabilidade no longo prazo.
Então, o que esperar do segundo semestre?
Lá fora, a perspectiva de cortes de juros pelo Federal Reserve vem sendo adiada para o final do ano. A força da economia dos EUA reduziu os temores de recessão e, como reflexo, deu suporte às bolsas globais. Porém, a guerra tarifária ainda persiste e pode manter a volatilidade elevada, especialmente em ativos mais sensíveis aos movimentos de juros e à trajetória do dólar — que segue sob intenso escrutínio em relação a uma possível tendência de desvalorização.
No Brasil, o ambiente doméstico continua permitindo um otimismo moderado. A discussão agora gira em torno dos próximos passos da taxa Selic. Porém, mais importante do que o ritmo de curto prazo é a direção no médio prazo: o Brasil está em uma trajetória que tende a levar os juros para patamares mais baixos — um fator que, historicamente, favorece a performance de ativos de risco.
E os seus investimentos?
Neste cenário, a diversificação segue sendo a palavra-chave. É hora de pensar em alocações que combinem diferentes geografias, estilos e horizontes.
Na Renda Variável local, o ETF DIVO11 — com foco em empresas pagadoras de dividendos — surge como uma excelente opção para quem busca resiliência e recorrência. Já na Renda Fixa, produtos como B5P211 e IDKA11 seguem oferecendo boa relação risco-retorno, especialmente em uma curva de juros como a atual.
Por fim, ativos descorrelacionados como BITI11 e ouro continuam atraentes — especialmente em tempos de incerteza geopolítica e instabilidade de moeda.
A chave é ter ritmo, consistência e disciplina
Investir é como correr uma maratona. Exige preparo, disciplina e, acima de tudo, visão de longo prazo. Há momentos de aceleração, outros de recuperação. Mas, em todos eles, o que diferencia o bom corredor — ou investidor — é sua capacidade de manter o foco, ajustar o ritmo conforme o terreno e não perder de vista a linha de chegada.
Que possamos seguir firmes, passo a passo, construindo portfólios mais resilientes, equilibrados e alinhados com nossos objetivos de vida. Afinal, o segundo semestre ainda reserva muitos quilômetros — e oportunidades — pela frente.


