Revisão de cenário: mais crescimento, juros mais altos
Nosso time de Macroeconomia revisou estimativas, tanto para o cenário local quanto para o global. Confira todos os detalhes.
Nosso time de Pesquisa Macroeconômica publicou suas revisões mensais de cenário, com estimativas para os principais indicadores do mercado.
Confira abaixo os destaques e, para mais detalhes, acesse os relatórios completos.
Revisão de Cenário – Brasil: mais crescimento, juros mais altos
Fiscal: pacote com poucas mudanças estruturais frustra e mantém incertezas
- Pacote de gastos anunciado pode ser insuficiente para garantir cumprimento do arcabouço fiscal até 2026.
BRL: espaço de apreciação limitado
- Projetamos taxa de câmbio em R$ 5,70 por dólar em 2025 e 2026. Apesar do diferencial de juros elevado, o cenário global de dólar forte, o aumento prêmio de risco doméstico e a deterioração das contas externas pressionam o real.
Atividade: dados continuam mostrando resiliência da economia
- Revisamos as projeções para o crescimento do PIB de 2024 e 2025 para 3,6% (de 3,2%) e 2,2% (de 1,8%), respectivamente. A atividade mais forte no curto prazo e expectativa positiva para o PIB Agro 2025 geraram revisões altistas. Para 2026, projetamos crescimento de 2,0%.
- O mercado de trabalho ainda não mostra sinais claros de arrefecimento e é risco altista para o PIB dos próximos anos.
Inflação: qualitativo ruim e balanço de riscos assimétrico
- Projetamos inflação de 4,9% em 2024, 5,0% em 2025 e 4,3% em 2026. A depreciação do real e o mercado de trabalho apertado seguem sendo os principais riscos altistas, apenas parcialmente compensados por chance de alimentação menos pressionada (proteínas).
Selic: avançando mais em território contracionista
- Diante da piora relevante das expectativas de inflação, do câmbio mais depreciado e da atividade ainda resiliente, esperamos que o BC siga elevando a taxa de juros até 15% a.a. ao longo de 2025. Para 2026, projetamos queda da Selic para 13% a.a..
Revisão de Cenário – Global: crescimento nos EUA segue forte, limitando o espaço para afrouxamento monetário
EUA: atividade continua resiliente, levando a ainda menos cortes de juros pelo Fed
- Revisamos o PIB de 2025 de 2,2% para 2,5% e esperamos crescimento também de 2,5% em 2026.
- Esperamos dois cortes de 25 p.b. do Fed em dezembro e março, levando a taxa terminal para 4,00-4,25%.
- Agenda do novo governo Trump deve levar a aumento de tarifas, maior déficit público e restrição à imigração ilegal.
China: promessa de mais estímulos continua, mas postura seguirá mais reativa do que proativa
- Projetamos crescimento do PIB de 4,0% em 2025 e 2026 e esperamos um câmbio mais depreciado (CNY em 7,40) neste horizonte.
- Desafios de longo prazo persistem, enquanto estímulos de curto prazo mais intensos devem aguardar impactos de nova rodada de tarifas.
Europa: crescimento baixo em meio a maiores incertezas políticas e globais
- ECB sinaliza postura mais expansionista e deve cortar juros até 2,0%.
- Eleição na Alemanha pode levar a uma política fiscal menos restritiva , eleição na França não deve mudar quadro de turbulência política.
- Esperamos um Euro mais depreciado (1,03 contra 1,05 anteriormente) e vemos riscos de que a cotação atinja patamares abaixo da paridade.