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Outubro, o mês dos fantasmas da Bolsa

01 de outubro, 2025 Por: Martin Iglesias, CFP® - Líder em Recomendação de Investimentos do Itaú Unibanco

Neste novo artigo, Martin Iglesias traz lições de quedas históricas e a importância da memória para o investidor de longo prazo

 

Outubro sempre traz consigo um ar de memórias turbulentas para o mercado financeiro. É como se, no calendário, ele guardasse cicatrizes invisíveis que insistem em ser lembradas. Em 1929, a última semana de outubro marcou o colapso de uma euforia que parecia não ter fim. E quase seis décadas depois, em 1987, novamente em outubro, as telas de pregão se tingiram de vermelho num movimento que ficaria conhecido como a “Segunda-feira Negra”.

O Crash de 1929 nasceu da combinação de otimismo desmedido e alavancagem excessiva. A crença de que as ações subiriam para sempre levou investidores a comprometerem o futuro em busca de ganhos fáceis. Até que, entre os dias 24 e 29 de outubro, as vendas se transformaram em pânico. O Dow Jones despencou, e com ele a confiança de uma geração. Foi o início da Grande Depressão, uma ferida que se estendeu por toda a década de 1930 e que nos lembra de que o excesso de otimismo pode ser tão perigoso quanto o medo.

O Crash de 1987, por sua vez, foi um choque diferente. Num único dia, 19 de outubro, o índice Dow Jones caiu mais de 22%, algo inédito até então. A combinação de valuations esticados, aumento de juros e estratégias automatizadas de venda em cascata potencializou a queda. Foi um pânico rápido, violento, mas que não se converteu em depressão prolongada como em 1929. A recuperação foi relativamente ágil, e o episódio mostrou que a volatilidade extrema pode ser apenas um capítulo, e não o livro inteiro.

O que esses dois outubros nos ensinam, tantos anos depois? Que paciência, visão de longo prazo, diversificação e aderência ao perfil não são palavras de manual, mas bússolas essenciais para navegar o imprevisível. Quem olhou apenas o curto prazo em 1929 ou 1987 enxergou o abismo; quem soube esperar, diversificar e respeitar seus limites encontrou, com o tempo, a reconstrução.

O investidor de hoje, ao revisitar esses episódios, percebe que os fantasmas de outubro não estão ali para nos paralisar, mas para nos lembrar de que o mercado é feito de ciclos. Nem a euforia é eterna, nem o desespero definitivo. O longo prazo suaviza, a diversificação protege, e o respeito ao próprio perfil mantém a sanidade quando as telas piscam em vermelho.

Assim, outubro não precisa ser apenas o mês dos sustos. Pode ser também o mês da memória — memória de que crises passam, mas os aprendizados ficam.

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