Em seu novo artigo, Renato Eid faz uma retrospectiva de como o BTC se comportou este ano – e o papel estratégico que ele pode ter em um portfólio.
Vivemos tempos marcados por volatilidade, choques macroeconômicos e incertezas globais — da geopolítica às políticas monetárias. Em meio a esse cenário, a busca por ativos que ofereçam diversificação real e proteção contra oscilações cambiais e inflação global ganha importância.
E é justamente nesse contexto que o Bitcoin assume papel relevante: um ativo distinto da renda fixa, das ações tradicionais ou de mercados domésticos, com dinâmica própria, potencial de retorno e — por sua natureza global e descentralizada — função de proteção cambial.
A trajetória do Bitcoin em 2025
No início do ano, o preço de referência do Bitcoin estava em torno dos US$ 95 mil, recuando até cerca de US$ 80 mil no auge da crise das tarifas. Mas ele logo se recuperou, subindo aos US$ 125 mil, recorde histórico da moeda. Passado esse período e tendo novamente um novo período de nervosismo nos mercados internacionais, a moeda retornou ao patamar original e segue oscilando em torno dos US$ 95 mil.
Essa amplitude ilustra a alta volatilidade, mas também evidencia um ponto central: o futuro segue sendo imprevisível.
Para um investidor no Brasil, esse movimento não ocorre isoladamente: entra em cena o câmbio. Até aqui, o câmbio se depreciou em torno de 15%, tendo um impacto negativo nas estratégias que contém a proteção cambial. No caso do BITI11, essa desvalorização cambial detrai a performance em reais, mas em momentos de stress, ajuda e muito a sua carteira de investimentos – basta lembrar do que vivenciamos em dezembro de 2024, quando o câmbio chegou a operar em torno dos USD 6,30.
Esse duplo desafio — incerteza nas cotações globais + variação cambial — reforça uma lição central de alocação de portfólio que aprendemos com outras crises e ciclos: prever não é saber. Por isso, tentar um “timing perfeito” em ativos como Bitcoin ou outros mercados internacionais é arriscado — e, muitas vezes, contraproducente.
Então, como investir estrategicamente?
Dessa forma, investir em diversificação consistente e assumir uma alocação calibrada em ativos como Bitcoin parece uma estratégia robusta. A ideia não é transformar criptoativos no núcleo da carteira, mas sim integrá-los como componente complementar — com peso apropriado ao perfil de risco. A ideia então é capturar retornos não correlacionados com os ciclos domésticos, proteger-se parcialmente contra desvalorização cambial e agregar potencial de valorização no longo prazo.
A tabela a seguir mostra a baixa correlação do BITI11 com outros ativos, reforçando que, ao alocar em torno de 1% a 3% em sua carteira de investimentos, o investidor estará de fato se fazendo valer de um ativo que gera diversificação.

Em resumo: manter e/ou adicionar BITI11 na carteira representa uma oportunidade dupla — diversificação internacional + proteção cambial/reserva de valor global. Ao mesmo tempo, exige moderação e disciplina: definir uma fatia estratégica (por exemplo, 1%–3% do portfólio total), manter o horizonte de longo prazo e resistir à tentação de reagir a ruídos de curto prazo.
Em um mundo onde ciclos econômicos se encurtam, choques externos aumentam e correlações tradicionais entre ativos podem se romper, o Bitcoin — embora volátil — pode aportar uma classe de ativo com comportamento distinto. Esse caráter híbrido — parte de risco elevado, parte de “reserva de valor global” — torna o ativo um complemento interessante de carteira para quem busca resiliência e oportunidade internacional.
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