Depois do anúncio oficial, ordem executiva foi mais branda e retirou quase 700 itens da lista.
Em 6 de agosto de 2025, entraram em vigor as novas tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump em julho, estabelece uma tarifa de 50% sobre diversas mercadorias provenientes do Brasil. Foi o mais importante estágio de uma sequência de acontecimentos, que começou no mês de julho.
- 9 de julho: O governo dos EUA envia carta ao Brasil informando sobre a aplicação de uma tarifa de 50% em produtos brasileiros.
- 30 de julho: Assinatura da ordem executiva detalhando as tarifas e especificando quais produtos foram isentos.
- 6 de agosto: As tarifas entram em vigor.
Mas qual será o impacto nas exportações brasileiras?
Na ordem executiva que definiu a entrada em vigor das novas taxas, o governo norte-americano abriu uma série de exceções a produtos importados do Brasil. Quase 700 itens foram isentos da medida. Entre os produtos que permaneceram isentos estão aviões, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro. Segundo o governo brasileiro, a maior parte das exportações para os EUA (64,1%) continua concorrendo no mercado americano em condições semelhantes.
Dados das exportações para os EUA:
- Total de exportações para os EUA: US$ 40 bilhões
- Produtos com tarifa de 50%: US$ 14,5 bilhões (35,9%)
- Produtos isentos: US$ 18 bilhões (44,6%)
- Tarifas específicas (Seção 232): US$ 7,9 bilhões (19,5%)
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Setores mais afetados
Alguns setores da economia brasileira sentirão impactos mais significativos devido às novas tarifas. A indústria pesqueira, por exemplo, enfrenta desafios consideráveis, com exportações anuais de quase US$ 400 milhões agora sujeitas à tarifa de 50%. O governo estuda linhas de crédito e outras medidas para tentar ajudar empresas e produtores afetados, além de evitar possíveis demissões.
Por outro lado, o setor de carne bovina registrou um aumento nas exportações em julho, atingindo um recorde de 276.900 toneladas métricas, um aumento de quase 17% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado pela forte demanda global e pelo envio antecipado de produtos antes da implementação das tarifas. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior, vinculada ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Perspectivas e reações
Setores afetados estão avaliando estratégias para diversificar mercados e reduzir a dependência do mercado americano.
Para os investidores, é crucial acompanhar de perto os desdobramentos dessa situação e avaliar como as mudanças nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos podem influenciar seus investimentos.
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