Em sua coluna dessa quinzena, Renato Eid fala sobre as Small Caps, seu desempenho neste ano e uma forma de acessar este mercado.
Olá.
Já estamos no segundo semestre de 2025 – um ano que, até aqui, tem reforçado cada vez mais o cenário descrito pelo modelo BANI – frágil, ansioso, não linear e incompreensível –, sobre o qual comentei na última coluna (leia aqui). E, mesmo nesse ambiente incerto, a Renda Variável tem surpreendido com uma performance expressiva.
E é sobre isso que vamos falar no artigo de hoje.
Diversificação: mais essencial do que nunca
Mas pra começar, um lembrete importante:
Antes de se perguntar se ainda há espaço para ganhos, vale lembrar: diversificação é a base de uma estratégia de investimentos inteligente. Investir é lidar com cenários, probabilidades e hipóteses – e, por isso, contar com diferentes ativos no portfólio é essencial. Afinal, estamos lidando com uma equação cheia de variáveis, e não com uma única solução.
O que tem sustentado o desempenho da Renda Variável?
Mesmo com juros altos no Brasil e um ambiente externo desafiador, a bolsa tem entregado resultados positivos. Por quê?
- O posicionamento técnico segue leve: muitos investidores ainda estão pouco expostos à Renda Variável.
- O múltiplo preço/lucro (P/L) do Ibovespa gira em torno de 8x – abaixo da média histórica de 10x.
- O cenário segue atrativo para dividendos.
- E, diante de um novo tabuleiro geopolítico, cresce o interesse por mercados emergentes, como o Brasil.
Não à toa, investidores estrangeiros já aportaram mais de R$ 26 bilhões na bolsa em 2025, com destaque para os R$ 5 bilhões em junho.
Oportunidades além do Ibovespa
Com isso, o Ibovespa acumulou alta de mais de 15% no primeiro semestre, superando o CDI (6,80%) e o IPCA (cerca de 3%). Mas é importante reforçar: a Renda Variável vai muito além do Ibovespa ou do BOVV11.
Um bom exemplo é o SMAC11, ETF que investe em small caps, as empresas de menor capitalização da bolsa.
E por que isso é relevante?
- Small caps costumam reagir mais fortemente a cortes de juros.
- Para cada ponto percentual de queda na Selic, o retorno médio dessas empresas supera aquele apresentado pelas Ações do Ibovespa.
- Além disso, elas estão ainda mais descontadas que o índice tradicional, considerando a relação atual de preço/lucro.
Só em 2025, o SMAC11 já acumula alta de 26%, superando o Ibovespa em mais de 10 pontos percentuais.
E como isso impacta a estratégia?
Isso significa que você deve concentrar toda sua Renda Variável em small caps? Definitivamente não. Small caps têm mais volatilidade, e é justamente por isso que elas funcionam melhor como parte de uma estratégia diversificada.
Mas entender como o SMAC11 pode complementar sua carteira, especialmente no cenário atual de possível queda de juros, pode representar um diferencial importante.
Preparando os próximos passos
Mais importante do que tentar prever o futuro é agir com base em fundamentos. Como bem resumiu o escritor E.L. Doctorow:
“Escrever é como dirigir à noite no nevoeiro. Você só consegue ver até onde os faróis alcançam, mas pode fazer toda a viagem assim.”
O mesmo vale para os seus investimentos. Com análise, diversificação e disciplina, você não precisa enxergar o final da estrada para seguir em frente.
Pense nisso.
Um abraço e até o próximo artigo.
Quer conferir mais conteúdos e análises exclusivas do mercado financeiro?
Baixe o app e acesse o Feed de Notícias do íon. É só escanear o QR Code ou clicar nos botões abaixo.

Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. Conteúdo informativo obtido de fontes consideradas confiáveis, com base em conhecimento prévio, opiniões, dados e probabilidades e, portanto, sem caráter de recomendação de investimento. Na criação deste conteúdo, não são consideradas as características ou necessidades dos investidores ou grupos específicos. O íon não se responsabiliza por perdas, danos, custos, lucros cessantes ou opiniões expressas pelos editores dos conteúdos deste aplicativo e demais canais de comunicação, tampouco garante uma cobertura completa dos mercados e de todos os fatos ocorridos. O mercado de renda variável é considerado de alto risco, porque pode sofrer grandes oscilações causadas por alterações políticas e econômicas, entre outras. O mercado de Renda Fixa não é isento de riscos, que são representados, principalmente, pelos riscos de crédito do emissor, iliquidez e alterações político-econômicas, no Brasil ou exterior, dentre outros. Essa é uma comunicação geral sobre investimentos. Antes de contratar qualquer produto, confira sempre se é adequado ao seu perfil.

