Projetos como Mulheres em Foco e o Fin4She Summit mostram que fomentar redes entre mulheres é essencial para um mercado mais justo, diverso e inovador. Entenda neste artigo
Historicamente, o mercado financeiro foi um território majoritariamente masculino, com poucas mulheres em posições de decisão. Apesar dos avanços dos últimos anos, a presença feminina em cargos de liderança e acesso ao capital ainda é tímida.
Embora as mulheres decidam o destino de US$ 43 trilhões em consumo global, apenas 4% do capital de venture capital vai para startups lideradas por elas. Os dados foram apresentados durante o Fin4She Summit, evento que reuniu lideranças femininas do mercado financeiro em junho.
Na palestra “O Aporte do Capital Feminino”, Nina Silva (fundadora do movimento Black Money), Natália Dias (Conselheira de Administração na Iguá Saneamento), Carolina Strobel (Sócia Fundadora na Antler Brazil) e Carolina Cavenaghi (fundadora da Fin4She) trouxeram dados e reflexões que reforçam a desigualdade de acesso ao capital, e ao mesmo tempo apontaram caminhos para reverter esse cenário.
Mulheres em Foco: quando o networking vira ação
Nesse mesmo cenário, o projeto Mulheres em Foco, liderado por Thaís Porto, head de equity sales do Itaú BBA, se destaca como uma das iniciativas mais concretas para fomentar o capital relacional feminino.
A proposta surgiu do entendimento de que relações bem construídas têm o poder de gerar oportunidades transformadoras. “Acredito muito no poder das relações e nas várias possibilidades que nascem a partir delas”, explica Porto.
Voltado para clientes mulheres (investidoras, conselheiras, executivas), o projeto promove encontros mensais com o objetivo de trocar experiências, ampliar o repertório profissional e fortalecer redes de apoio. Mais do que um evento, o Mulheres em Foco se tornou um movimento, reforçando o compromisso com a diversidade e a inclusão no mercado financeiro. “Queríamos ir além do discurso e criar um movimento com impacto real”, resume Thaís.
Esse impacto se revela não apenas na inspiração que os encontros geram, mas nos desdobramentos concretos: parcerias, negócios, mentorias e transformações de carreira. Ao reunir mulheres que muitas vezes estão isoladas em posições de liderança, o projeto cria o ambiente necessário para que elas se reconheçam, se fortaleçam e avancem juntas.
Investir em mulheres é investir no futuro
A lógica é simples: quando uma mulher cresce, ela leva outras com ela. Para Thaís, esse é o ciclo virtuoso que começa a se formar quando mulheres têm acesso a capital, seja como investidoras ou líderes de negócios. “Elas tendem a reinvestir em suas comunidades, criando desenvolvimento ao redor”, explica.
Apesar dos avanços, ela reconhece que os espaços de liderança ainda são escassos. “Estamos avançando, mas os números ainda são tímidos. Por outro lado, vejo uma mudança geracional importante: as novas lideranças já trazem um olhar mais inclusivo e colaborativo”, afirma Porto.
Para quem ainda tem receio de começar a investir, empreender ou dar novos passos na carreira, Thaís tem um conselho direto: “Mesmo com medo, comece”. Segundo ela, ninguém está 100% pronta, mas é no movimento que a confiança se constrói. “Busque redes de apoio, troque experiências, peça ajuda. A transformação acontece quando mais mulheres ocupam espaços e inspiram outras a fazer o mesmo.”
E completa: “Ao subir, sempre puxe outra com você.”
O impacto do Fin4She Summit foi mostrar, na prática, como escuta, empatia e colaboração podem mudar o rumo do mercado financeiro. E iniciativas como o Mulheres em Foco revelam que, quando se oferece espaço, as mulheres não apenas ocupam: elas transformam.
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