Com mais de 40 palestrantes em 3 dias, evento destacou o papel da diversificação geográfica nas carteiras dos investidores e o impacto das transformações econômicas e tecnológicas
Os investimentos internacionais são um mundo de possibilidades e olhar com atenção para isso pode ser uma boa opção para todos os investidores. Esta é uma das conclusões que tirei da minha experiência na edição de 2025 do Avenue Connection, organizado pela Avenue em São Paulo entre os dias 16 e 18 de julho deste ano.
Ao longo de três dias, o evento recebeu cerca de 2 mil pessoas e 40 palestrantes, com o objetivo de discutir as oportunidades de investimento para brasileiros no exterior com profissionais de mercado, investidores e itubers. Falou-se sobre planejamento patrimonial, sucessão, tecnologia, inteligência artificial e os desafios para a economia e os investidores brasileiros.
Veja alguns dos destaques abaixo. Confira palestras na íntegra e entrevistas neste link. E a cobertura completa no Instagram do íon, @ion.itau.
Brasileiros consomem em dólar e diversificação pode ser alternativa para preservar poder de compra
O professor Ricardo Rochmann, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), apresentou as conclusões de uma pesquisa conduzida pela FGV que apontou um fator importante de atenção aos investidores brasileiros.
De acordo com o estudo, a volatilidade cambial impacta o custo de diversos produtos da cesta de consumo dos brasileiros. Dessa maneira, a diversificação geográfica em dólar se tornaria necessária para proteção do poder de compra.
“Constatamos que de 16% a 18% é o que a pessoa aqui no Brasil deveria ter investido no exterior, exposição cambial para que a sua cesta de consumo fosse protegida das variações cambiais”, afirmou o professor da FGV.
Rochmann participou de palestra ao lado de William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, e Tatiana Itikawa, superintendente de Representação de Mercados da Anbima.
“O investidor brasileiro está sim procurando diversificar no exterior, e dentro da associação estamos acompanhando isso desde o começo. É um caminho sem volta, essa diversificação é super importante”, diz Itikawa.
Por que é tão importante para os brasileiros diversificarem seus investimentos, segundo Marcos Lisboa
Marcos Lisboa, ex-presidente do Insper e ex-secretário de Política Econômica, reforça a tese de que os brasileiros devem olhar para o investimento no exterior. “A incerteza sobre as regras no Brasil e os preços dos ativos tornam a diversificação muito mais urgente no Brasil, incluindo análise de risco e gestão de capital, que em outros países”, diz o economista.
A importância de olhar para o mercado de investimentos nos Estados Unidos, segundo Daniel Haddad
Daniel Haddad, CIO da Avenue, foi um dos palestrantes do Avenue Connection deste ano. O especialista apontou a dimensão da economia dos Estados Unidos como uma das razões para colocar em dúvida se o fim do excepcionalismo americano está mesmo no horizonte para os próximos anos.
“Os Estados Unidos representam 25% de tudo que é produzido no mundo e 30% de tudo que é consumido. O estado americano mais pobre tem PIB menor ou semelhante a todos os países do G7”, explica.
Ele ressalta que, hoje, os EUA investem cerca de 7x mais que a China em inteligência artificial e são beneficiados pela demografia do país, com uma população economicamente ativa ainda em alta. Por essas razões, Daniel Haddad não vê alternativa hoje ao dólar no papel que a moeda americana ocupa no mercado global.
Precisaremos saber navegar na volatilidade, avalia Nicholas McCarthy
Nicholas McCarthy, estrategista-chefe de investimentos do Itaú Unibanco, avalia que o atual cenário de volatilidade permanecerá por mais tempo no cenário brasileiro e global. Assim, McCarthy avalia que será necessário saber administrar os investimentos diante dessa perspectiva.
O estrategista aponta uma possível alta da inflação americana como ponto de atenção. “Por enquanto, achamos que isso não acontecerá e continuamos otimistas tanto no cenário internacional quanto no Brasil”, diz. Nicholas McCarthy cita uma redução mês a mês das perspectivas para a inflação brasileira, mas aponta que o patamar atual, acima da meta, ainda enseja um tempo maior antes do início de queda dos juros.
O que mudou com a Lei 14.754 para a tributação e o planejamento patrimonial?
William Heuseler, global head de Wealth Planning do Itaú Unibanco, falou sobre as mudanças implementadas pela Lei 14.754, de 2023, que merecem atenção quando o assunto é o planejamento patrimonial. Heuseler destaca que trata-se de uma “mudança de paradigma” na tributação de investimentos.
“Na pessoa física, você acaba com a burocracia do carnê-leão, traz a possibilidade de fazer a compensação de perdas e ganhos no exterior, mas facilitou muito. Na pessoa física direto essa foi uma grande mudança positiva”, afirma.
Na pessoa jurídica, enfatiza o especialista, a legislação avança em definições e abre possibilidades. “A lei introduz o princípio da transparência. Se você quiser ter algo semelhante ao tratamento da pessoa física, você pode ter uma companhia e ela pode servir tanto para o planejamento sucessório ou até para algum planejamento tributário dependendo do investimento que você quer fazer”, explica.
Inteligência artificial é um fator inescapável nos próximos anos, avalia CEO da Apex
“Acredito que todo aspecto do setor financeiro será impactado nos próximos 5 anos”, prevê William Capuzzi, CEO da Apex Fintecth Solutions e palestrante do Avenue Connection 2025, sobre os impactos da inteligência artificial.
O atendimento aos clientes, avalia, será uma das principais e primeiras coisas a mudar em breve. “Acho que é isso que as pessoas querem: ter a oportunidade de resolver sozinhas sem precisar esperar alguém atender”, avalia.
Outro ponto que Capuzzi acredita que vai se destacar é a capacidade de desenvolver novos produtos. Para o CEO da Apex, a IA vai acelerar de forma significativa a velocidade do processo de engenharia e ideação de projetos. “Estimo de 25% a 50% mais o ganho de eficiência na criação de novos produtos, o que é impressionante”, prevê.
“Tudo o que fazemos na indústria será impactado pela IA nos próximos 5 a 10 anos de forma significativa”, conclui. O especialista sugere que investidores observem oportunidades de investimento não só em empresas, mas também em ETFs que observam esse mercado.
O que uma campeã nas Olimpíadas e nos investimentos espera para o futuro
Sasha Cohen é uma campeã no esporte e no mercado financeiro. Em 2006, Cohen conquistou medalha de prata nas Olimpíadas de Inverno como patinadora artística. Passo seguinte, encerrada a carreira, ela se preparou para o próximo capítulo da sua carreira: o mercado financeiro.
A ex-atleta estudou ciências políticas na Universidade de Columbia e chegou ao posto de researcher no time de Counterpoint Global do Morgan Stanley. Sasha Cohen falou sobre o seu trabalho de análise de tendências e projetou um futuro em que muito deve mudar, com a coexistência de transformações em várias áreas acontecendo de forma sincronizada.
“Estou muito interessada em ver como novas tecnologias convergem para criar outro tipo de ordem de mudança. Estou falando de IA combinada com robótica, combinada com biologia sintética. E já estamos vendo veículos com direção autônoma. Temos tantas verticais com tremendas mudanças por si só”, projetou.
A especialista do Morgan Stanley frisou que já se prepara para ter um posicionamento no mercado adequado a essas transformações. “Então, estamos vendo algumas empresas e setores e tentando combinar alguns deles”, disse. “Portanto, os próximos anos serão muito interessantes”.
A Avenue Securities LLC é membro da FINRA e da SIPC. Oferta de serviços intermediada por Avenue Securities DTVM. Veja todos os avisos importantes sobre investimento: https://avenue.us/termos/.
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