Em seu novo artigo, Renato Eid comenta as recentes decisões de política monetária no Brasil e nos EUA – e traz reflexões interessantes sobre o momento da economia e dos investimentos.
Praticamente chegamos em agosto de 2025. Já?! Pois é… muitos vão dizer como o ano tem passado voando — e não é para menos. Basta pensar em tudo que já vivemos até aqui: um cenário geopolítico ainda instável, com conflitos em andamento, e um ambiente econômico global extremamente dinâmico, pressionado pelas tarifas comerciais.
O cenário nos Estados Unidos
Para quem está no comando das economias, como os bancos centrais, não tem sido diferente. O ano tem sido marcado por uma volatilidade crescente, o que acaba exigindo ainda mais cautela e estratégia na condução da política monetária. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve os juros estáveis ontem, como esperava o mercado, mas o destaque ficou por conta de dois votos dissidentes a favor de um corte de 25bps — o maior nível de dissidência desde 1993. A decisão revela o equilíbrio delicado entre um crescimento que começa a perder força, com o PIB e o consumo em desaceleração, e uma inflação ainda pressionada, especialmente pelos efeitos das tarifas sobre os preços de bens.
Olhando para frente, o mercado segue precificando cortes de juros para outubro e dezembro, mas a janela está mais estreita. Nesse cenário, o que ganha protagonismo é a volatilidade, com os ativos cada vez mais sensíveis aos dados de inflação e emprego, num ambiente que continua desafiador, mas também recheado de oportunidades — especialmente diante da força dos lucros corporativos, liderados pelo setor de tecnologia representado, por exemplo, pelo ETF TECK11.
E por aqui…
No Brasil, o Copom também optou por manter a Selic em 15%, como já era amplamente esperado. Mas chamou atenção o fato de o comunicado evitar qualquer pista sobre cortes futuros, numa tentativa clara de se afastar do debate em torno de flexibilização monetária, que agora parece mais provável apenas no início de 2026. O tom foi interpretado como conservador, refletindo uma postura de cautela diante das incertezas globais.
Não à toa, tanto o Fed quanto o Copom reconheceram que os impactos das tarifas podem ser transitórios, mas ainda estamos nos estágios iniciais desse processo. Por isso, ambos preferem observar com mais calma antes de agir — um verdadeiro momento de “wait and see” da política monetária global.
E para os investidores?
O recado é claro: diversificação segue sendo essencial. Em um ambiente onde decisões de política monetária nem sempre caminham de forma linear com os fundamentos econômicos, surgem boas oportunidades nos mercados de Renda Fixa e Variável, local e internacional. Nesse contexto, ETFs como SPXR11, BITI11, IDKA11, B5P211 e DIVO11 podem ser grandes aliados: eles se beneficiam do carrego atual dos juros elevados e, ao mesmo tempo, entregam exposição diversificada a diferentes ativos e geografias, ajudando a atravessar com estratégia e equilíbrio esse cenário tão desafiador quanto interessante.
Entender que os ciclos econômicos vêm e vão, que os bancos centrais nem sempre oferecem respostas imediatas, e que o mundo está em constante transformação, é parte do amadurecimento como investidor. Mais do que prever o próximo passo do Fed ou do Copom, o verdadeiro diferencial está em manter uma estratégia coerente com seus horizontes e resistir ao ruído do curto prazo.
Afinal, navegar é preciso — e investir com consciência, mais ainda.
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